1° de maio de 2015
Seria medo do trabalhador
Após cancelar o tradicional pronunciamento da Presidência da República na TV no Dia do Trabalhador, a presidente Dilma Rousseff divulgou nesta sexta-feira dois vídeos gravados em seu gabinete no Palácio do Planalto com defesa de reajustes no salário mínimo. Os vídeos publicados nas redes sociais foram a alternativa encontrada pelo Planalto após os panelaços em repúdio ao governo que marcaram o pronunciamento da presidente no Dia da Mulher, em 8 de março.
Em sua primeira mensagem, a presidente exalta o ganho real de renda, que segundo ela beneficiou cerca de 45 milhões de assalariados e aposentados. "O salário mínimo cresceu 14,8% acima da inflação em seu primeiro mandato", diz Dilma.
A presidente também cita a Medida Provisória (MP) que enviou ao Congresso Nacional em março para manter a atual fórmula de reajuste do salário mínimo até 2019 e a correção da tabela do Imposto de Renda. A MP, porém, não incluiu benefícios na correção do salário dos aposentados e pensionistas, o que o governo considerou inconstitucional e oneroso para a Previdência. A lei que estabelece o mecanismo de cálculo para o reajuste do salário mínimo venceria neste ano e leve em conta a correção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, mais a variação do PIB de dois anos anteriores. "Tudo isso vem garantindo um Brasil mais justo", diz a presidente no vídeo. Outras gravações devem ser publicadas nos perfis oficias da presidente no Twitter e no Facebook ao longo do dia.
No segundo vídeo, divulgado por volta do meio-dia, a presidente comentou a lei que regulamenta a terceirização de mão-de-obra. Como havia feito nesta quinta-feira em encontro com sindicalistas, defendeu a regulamentação, mas afirmou que é preciso diferenciar as atividades-fim das atividades-meio - o que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados em abril não faz.
"É preciso assegurar ao trabalhador a garantia dos direitos conquistados nas negociações salariais. É preciso proteger a Previdência Social da perda de recursos e, assim, garantir a sua sustentabilidade", disse ela. Dilma encerrou o vídeo de um minuto com uma afirmação extraída da campanha eleitoral e já desmentida pela prática do segundo mandato: "O meu governo tem o compromisso de proteger os direitos e as garantias dos trabalhadores".
Comentários
Postar um comentário